segunda-feira, 27 de maio de 2013

SEVERINO SEVERO, O CONTADOR DE "CAUSOS". Hoje: "RAIMUNDO"


Raimundo era um cabra bom, trabalhador, caprichoso.  Cabra zeloso do seu trabalho tava ali! Ninguém podia dizer que era igual.  Era bom o home, e neutralizou muito macho fogoso.  Quando um janotinha se metia a besta e desonrava arguma donzela filha de coroné, Raimundo era chamado pra lavar a honra da famia.  E olha!! Raimundo lavava com empenho!! Vou explicar: nesses causo Raimundo não era matador: era capador.  Não matava o sujeito: emasculava. E olha que tinha um hábito interessante: capava mas não jogava os instrumento fora: congelava e adispois embarsamava.  Quando tinha um serviço, lá ia ele com seu isopor cheiinho de gelo.  Capava o desinfeliz e adispois botava as tralha no gelo e mais tarde embarsamava e guardava na sua sala de trouféus, só pra quase todo dia ficar admirando e andando entre aqueles mais de mil troféu empalhados apontados pra cima.  Tinha gosto de passear por ali e ainda ficar polindo um por um. Hoje ele tá bem, trabalhando na Prefomática Matador de Alugué.  Uma vez Raimundo foi numa sauna e se sentiu injuriado com o que viu: 
- Acho desaforo esse negoço desses cabra ficar exibindo isso tudo enquanto o que eu tenho mais parece um dedo mindinho-  e aí Raimundo  estragou uns tês e levou os instrumento prá devida coleção.   
Mas Raimundo era um cabra muito bom,coração de manteiga, religioso: quando matava, encomendava oração pela alma do sujeito. 
O que eu gosto de ver em Raimundo é que é um cabra que não dá o braço a torcer. Uma vez, depois de ter tomado uma cacetada de pinga, cerveja,  conhaque, traçado, rum,  pediu ao moço do bar:
- Traz aí um underberg!
O sujeito trouxe, Raimundo bebeu numa só talagada, arregalou os oio, ficou assim uns três minuto e adispois vomitou.  Aí sortou o veredicto:
- Tava farsificado...!!
Quando vai matar alguém, Raimundo sempre inhantes se confessa com o padre:
- Olha, Vossa Santidade...
- Vossa Santidade, não, Raimundo! - retorquia o padre - Santidade é tratamento pro papa...
- Não quero saber, Santidade!  Quem tá armado sou eu e acabo de decretar que o senhor é o papa aqui dessas terra! - e Raimundo falava exaltado, com a mão na bainha do falcão - Ou o senhor acha outra coisa?
O padre não fazia mais nenhum reparo, e Raimundo explicava:
- É que eu vou dar cabo de um sujeitinho safado e queria que V.Santidade encaminhasse a alma dele pro Pai Maior.
O padre se indignava:
- E como o senhor tem a petulância de me contar que vai matar alguém, como seu eu fosse seu cúmplice?
- É porque confio no senhor, Santidade... E, como Vossa Santidade nunca foi capado ou morto, tenho certeza que vai guardar  o meu segredo e rezar pelo desinfeliz.
Um dia Raimundo foi tirar umas satisfação com um coroné, e o home ficava lá, quieto, mijando, enquanto Raimundo falava.  Até que Raimundo chamou a atenção do cabra:
- Coroné, não tenho nada contra o senhor mijar, mas o senhor pode muito bem sair da sala, abrir a braguilha e ir por banheiro, em vez de ficar mijando pelas carças abaixo.
Era assim Raimundo. Cabra bom que é danado. Não vi ainda ninguém igual.

Barão da Mata

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