Aviões caindo, vulcões, tempestades, terremotos,
Quantas crianças, jovens, adultos, velhos,
Pessoas boas, pessoas más, puros bebês, inocentes animais,
Quantos já viste e já soubeste
Tragicamente mortos!
Por que então alguma santa entidade
Viria do céu
Para acudir
E proteger
A ti e aos teus?
Quando não se morre de desastre ou violência,
Ou de fenômeno da natureza,
A doença destrói as criaturas.
Então? Tu te crês mesmo a salvo de tal contexto?
Quem viria te salvar?
Ora, amigo, entende, és mero objeto de caçada
Perseguido pelos carros, balas e moléstias:
Presa que cedo ou tarde, obviamente,
Irá tombar.
Não és nenhum privilegiado,
Nem tampouco os teus o são.
Por mais que rezes,
Por mais que implores,
Tu estás decididamente desprotegido.
A morte é nefasta presença em tudo.
Povos massacram povos por ambição.
Facínoras espalham terror e morte.
Animais precisam matar para sobreviver.
Homens matam animais por troféu e por "gourmet".
A natureza também mata sem hesitação:
Droga! Onde há bondade, compaixão ou justiça?!
O que existe para nos proteger?
Procuras esquecer a morte e te lembras da vida,
Pensas agora em teus amigos.
Aliás, por neles falar,
Quantos deles, dize-me, te amam?
Cogitas, cogitas, não sabes enfim.
Não sabes. Talvez nenhum.
E tua mulher? Será que te ama?
Menos condições tens ainda de responder.
Mas, agora, e tu?
Amas tua mulher e teus amigos?
A pergunta, eu sei, te embaraça,
E vês ainda que não és para eles
Melhor do que eles são para ti.
Agora tu te sentes vazio de sentimentos
Como todos os que te cercam.
Quantas vezes as pessoas foram torpes e más contigo!
Mas quantas vezes foste torpe e mau com as pessoas?
Os políticos são crapulosos,
As autoridades, em geral, são crapulosas, corruptas,
Os poderosos são autoritários.
Mas tu próprio já não foste infame algum dia?
Neste momento te sentes vilão entre os vilões.
Quantas injustiças já sofreste!
Se crês em Deus, não o achas justo.
Mas quantas injustiças já cometeste?
Tu não estás entre as raras pessoas boas e justas,
Tu, mau entre os maus,
Injusto entre os injustos.
Entende, amigo, é a vida,
Não mais que a vida...
A vida, insolente, a te dar na cara uma bofetada
E a te dizer que é tão rude, tão iníqua, tão crua,
Injusta, sórdida, impiedosa,
Sem alma, poesia ou bondade.
É a vida, amigo, que te faz deserto de sentimentos,
Que te faz um homem de mármore,
Que te resseca por dentro.
É a vida, amigo,
Que te faz criatura incrédula,
Que te mata toda beleza,
Que te mata toda esperança.
É a vida, amigo,
Que te faz igualzinho a ela,
Que te faz um ser deformado,
Que te faz cansado do mundo,
Que te faz cansado da vida.
Quantas crianças, jovens, adultos, velhos,
Pessoas boas, pessoas más, puros bebês, inocentes animais,
Quantos já viste e já soubeste
Tragicamente mortos!
Por que então alguma santa entidade
Viria do céu
Para acudir
E proteger
A ti e aos teus?
Quando não se morre de desastre ou violência,
Ou de fenômeno da natureza,
A doença destrói as criaturas.
Então? Tu te crês mesmo a salvo de tal contexto?
Quem viria te salvar?
Ora, amigo, entende, és mero objeto de caçada
Perseguido pelos carros, balas e moléstias:
Presa que cedo ou tarde, obviamente,
Irá tombar.
Não és nenhum privilegiado,
Nem tampouco os teus o são.
Por mais que rezes,
Por mais que implores,
Tu estás decididamente desprotegido.
A morte é nefasta presença em tudo.
Povos massacram povos por ambição.
Facínoras espalham terror e morte.
Animais precisam matar para sobreviver.
Homens matam animais por troféu e por "gourmet".
A natureza também mata sem hesitação:
Droga! Onde há bondade, compaixão ou justiça?!
O que existe para nos proteger?
Procuras esquecer a morte e te lembras da vida,
Pensas agora em teus amigos.
Aliás, por neles falar,
Quantos deles, dize-me, te amam?
Cogitas, cogitas, não sabes enfim.
Não sabes. Talvez nenhum.
E tua mulher? Será que te ama?
Menos condições tens ainda de responder.
Mas, agora, e tu?
Amas tua mulher e teus amigos?
A pergunta, eu sei, te embaraça,
E vês ainda que não és para eles
Melhor do que eles são para ti.
Agora tu te sentes vazio de sentimentos
Como todos os que te cercam.
Quantas vezes as pessoas foram torpes e más contigo!
Mas quantas vezes foste torpe e mau com as pessoas?
Os políticos são crapulosos,
As autoridades, em geral, são crapulosas, corruptas,
Os poderosos são autoritários.
Mas tu próprio já não foste infame algum dia?
Neste momento te sentes vilão entre os vilões.
Quantas injustiças já sofreste!
Se crês em Deus, não o achas justo.
Mas quantas injustiças já cometeste?
Tu não estás entre as raras pessoas boas e justas,
Tu, mau entre os maus,
Injusto entre os injustos.
Entende, amigo, é a vida,
Não mais que a vida...
A vida, insolente, a te dar na cara uma bofetada
E a te dizer que é tão rude, tão iníqua, tão crua,
Injusta, sórdida, impiedosa,
Sem alma, poesia ou bondade.
É a vida, amigo, que te faz deserto de sentimentos,
Que te faz um homem de mármore,
Que te resseca por dentro.
É a vida, amigo,
Que te faz criatura incrédula,
Que te mata toda beleza,
Que te mata toda esperança.
É a vida, amigo,
Que te faz igualzinho a ela,
Que te faz um ser deformado,
Que te faz cansado do mundo,
Que te faz cansado da vida.
2003
Barão da Mata
Muito bom, meu amigo.
ResponderExcluirMuito bom.
Valeu a pena vir te visitar.
Beijo,
Ci.