sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A CONFRARIA PETISTA E A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Nada como viver num país democrático.  Não, não, é claro que não estou falando do Brasil! Refiro-me aos países de democracia mais desenvolvida do que a nossa (que dizem que existe), países que, apesar de alguns deslizes no tempo da invasão do Iraque (o apoio aos E.U.A à revelia de seus povos), têm um regime democrático mais sólido.  Percebo hoje que a própria mídia, depois do fiasco do julgamento do mensalão e dos ouvidos de mercador que os políticos e gestores fizeram aos clamores das ruas, da atuação truculenta e facinorosa de policiais nas manifestações... depois disto tudo, a mídia reconhece que a veia ditatorial do  poder público por aqui não pulsa da forma tão fraca como se desejaria.   Mas os homens da política juram de pés juntos que aqui "o poder emana do povo e em nome dele é excercido".   É assim mesmo?  É ? Então vejamos.
Vamos analisar o que difere o governo do PT dos governos autoritários.  Primeiro: o governo do PT é populista, e você já viu governo populista ser democrático?  Vamos desfolhar o livro de História: o populismo dos governos petistas o assemelham a Getúlio Vargas.  Aliás, um parêntesis:  quem quer do PT que governe o país é igualzinho a qualquer outro que seja da agremiação, porque eles são uma confraria em que todos os membros são uníssonos nas ideias e intenções.  Agora voltemos à comparação: o que difere Getúlio do PT é que Vargas até que governou de forma progressista se levarmos em conta que sancionou uma legislação trabalhista que, de inspiração fascista ou não, serviu para proteger o trabalhdor. Legislação esta que os parlamentares e administradores da legenda não defendem quando os empresários e o capital nacional e internacional professam que carece de um estupro (fim de férias remuneradas, décimo terceiro salário, FGTS, etc..) a que dão nome de flexibilização,  para que o país seja  atraente para investimentos nacionais e estrangeiros.  Outra diferença entre os dois governos é que o ditador realizou obras verdadeiras e fundou a CSN, criou a Petrobrás e se preocupou em manter em níveis razoáveis os salários dos empregados urbanos (os rurais, coitados(!), ficaram de fora).  Já os confrades, por seu turno, falam num PAC que não é mais do que objeto de autopropaganda. Que desenvolvimento as tão proferidas obras iniciadas na gestão Lula nos trouxe?
Agora vamos às semelhanças: o déspota dos anos 1930 e 1940 não permitia que nada que contrariasse os seus caprichos e interesses acontecesse no Brasil, fosse por meio de jogo político de cartas marcadas ou de violências.  É verdade que as administrações petistas ainda não foram violentas, ao menos em nível federal, mas os governadores, entre os quais muitos fazem parte da aliança que sustenta o poder central, vêm praticando toda  sorte de brutalidades diante dos olhos fechados do Planalto.  A presidente se diz a favor dos manifestantes, mas tem nas mãos o queijo, a faca e não lhes dá o que pedem, e ainda se omite diante de toda a onda de violência policial.  Ih! Deste modo, por omissão ou não, o governo do PT acaba afinado com o terror policial e, com base em "dize com quem andas e eu te direi quem és", acaba por também ter um perfil violento.
Com base no que já disse, o que você vê de democrático por aqui?
Para inquietá-lo mais um pouco, manifesto uma dúvida.  Não é sábio tolher manifestações populares quando se está a um  ano das eleições e com quase totais chances de reeleição. Daí eu lhe pergunto: depois de reeleita, a presidente vai continuar permitindo manifestações ou após a reinvestidura vai proferir em seu tom incisivo de sempre: " Manifestação de ora em diante só se for de apoio ao meu governo. Agora chega! O Brasil respirou tanta democracia, que estourou os pulmões!"
Outro ponto que aproxima bastante o PT dos governantes totalitários é o quesito longevidade de governo.  Stroessner, no Paraguai, se não estou agredindo a história, governou por algo em torno de trinta e três anos.  Os companheiros estão mandando há doze e é quse certo que vão completar no mínimo dezesseis. Governos longevos são democráticos?
Posso muito bem estar total e redondamente equivocado quanto a um suposto futuro de tolhimento das liberdades, mas o final feliz para os mensaleiros, o casuísmo que derrubou a criação da legenda da Marina Silva e a brutalidade policial liberada me assustaram de verdade.  Será que vou ter de descambar para a crítica somente a programas de auditório e a bobalhões ocasionais?  Até quando vi os militantes governistas pulando e gritando palavras de ordem, fiquei pensando comigo: esses caras são bolcheviques de porta de boteco, mas que são perigosos, são.
Contudo, vamos ficar torcendo para que eu esteja parvo de tão enganado, cheio de teorias de conspiração na cabeça, e o amanhã transcorra sem opressões e violências.

Barão da Mata

Nenhum comentário:

Postar um comentário