A extrema-direita está, decididamente, definitivamente, determinada a transformar a história não só do Brasil, como do mundo, no mais autêntico "Samba do Crioulo Doido", suplantando fartamente o trabalho do grande Sérgio Porto, nosso saudoso "Stanislaw Ponte Preta", em humorística e ironicamente, e com muito talento, embaralhar os fatos e personagens históricos. Só que Sérgio Porto fê-lo propositadamente porque sua canção era um refinado trabalho de humor. Ao passo em que a ultradireita é claudicante, desajeitada, bizarra, ignara, grotesca e despreparada. Isso deve ser reflexo do "Brasil Paralelo", uma versão frustrada, esfrangalhada e patética do IPES (Instituto de Pesquisa Econômica e Social) do Golbery do Couto e Silva, que foi (o Instituto) embrião do golpe de 1964.
Depois de o secretário de Educação do Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, uma espécie de Bolsonaro de brinquedo ou arremedo de Bolsonaro (obstinado em reeditar o bolsonarismo -- "Bolsonaro 2, a Missão")... depois de Tarcísio e seu assessor passarem a assinatura da Lei Áurea da caneta da Princesa Isabel para a de Dom Pedro II, de destituírem Jânio Quadros em 1961 da Presidência da República e o colocarem na Prefeitura de São Paulo, fizeram o mar chegar à cidade (ou a Cidade chegar ao mar) para o ex-presidente e ex-prefeito proibir o uso de biquíni nas praias. Depois tem gente que não crê que a fé remove montanhas. Se Tarcísio e seu secretário removeram o mar (ou a capital paulista). diz agora que Deus não existe e não é onipotente! como dizia Antônio Conselheiro, São Paulo vai virar mar e o mar vai virar São Paulo! Nossa! Até eu fiquei maluco nessa! Acabei de deixar os defuntos da minha árvore "ginecológica" se revirando no túmulo!
Como não bastassem as mancadas do governo Tarcísio, cujo chefe é idólatra de Erasmo Dias e deu-lhe o nome a um viaduto (talvez achando o coronel linha-dura da ditadura merecedor do Prêmio Nobel da Paz e fazendo-lhe a "justiça" que estava ao seu alcance [do governador]... como não bastasse tamanho ensaio de "Febeapá" (Festival de Besteiras que Assolam o País", obra humorística do mesmo talentoso jornalista e escritor Lalau) da parte de Bozo Segundo, vem agora, no julgamento dos primeiros réus dos atos terroristas do 8 de janeiro, "Dia da Infâmia" (nas palavras da Ministra Rosa Weber), o advogado de um deles e embola as pernas de Antoine de Saint-Exupéry com os braços de Maquiavel, o pescoço de "O Príncipe" com as orelhas de "O Pequeno Príncipe" ... e acusa o pensador florentino do século XV/XVI de ter dito que "os fins justificam os meios". Lalau choraria de inveja se fosse vivo: nunca pôde imaginar humoristas e comediantes tão sobejamente superiores a ele.
Adiante, para que fique muito bem entendido o que eu digo, reproduzo a letra do "Samba do Crioulo Doido". Posto também a música, primorosamente cantada pelo "Quarteto em CY", que o Blogger fatal e infalivelmente vai arrancar do meu blog, por achar que quero ganhar acessos com o trabalho dos outros.
SAMBA DO CRIOULO DOIDO (SÉRGIO PORTO)
"Este é o samba do crioulo doido.
A história de um compositor que durante muitos anos obedeceu o regulamento
E só fez samba sobre a história do Brasil.
E tome de Inconfidência, Abolição, Proclamação, Chica da Silva, e o coitado
Do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola.
Até que no ano passado escolheram um tema complicado: a atual conjuntura.
Aí o crioulo endoidou de vez, e saiu este samba:
Foi em Diamantina, onde nasceu JK
E a princesa Leopoldina arresolveu se casar.
Mas Chica da Silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com Tiradentes.
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar
Joaquim José, que também é da Silva Xavier,
Queria ser dono do mundo,
E se elegeu Pedro Segundo.
Das estradas de Minas, seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta.
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta.
Da união desses dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
Assim se conta essa história,
Que é dos dois a maior glória.
A Leopoldina virou trem
E Dom Pedro é uma estação também.
Oô, oô, oô, o trem té atrasado ou já passou?
Barão da Mata
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