Durante muito tempo os homens de minha família tiveram fama ( e orgulho) de serem vistos como mulherengos. Mas ninguém dizia se as mulheres eram ou não "homemengas", talvez porque, como disse uma vez o Chico Anysio, todo pai se orgulha dos filhos fogosos: "Meu filho come essa, come aquela", mas nenhum deles tem a honestidade de dizer:"Minha filha dá pra todo mundo, é a alegria da rua."
Mas o fato é que um meu sobrinho, por volta de 2008, criou no Orkut uma comunidade chamada "Eu Sou Um Braga", e eu tracei o perfil dos homens da família com um texto mais ou menos assim:
Tá pensando o quê, ó cara! Braga que é Braga tem que ser MAAACHO! Dar com os colhões na ponta da mesa e nem gemer: ainda sorrir de leve. Braga que é Braga já nasce passando a mão na bunda da enfermeira. E tem mais: ainda enche de porradas o engraçadinho do médico que lhe dá aquela palmadinha quando do seu nascimento.
E outra coisa: não vem, não, com esse negócio de que não se deve cobiçar a mulher do próximo, porque a Palavra é bem clara: "a mulher do próximo"! Do próximo! Não a mulher do distante. Ou seja, se o marido vai à esquina ou dá bobeira, é obrigação de um Braga passar uma bela cantada na moça. e ai dele se receber um não! Tem que se punir partindo prá autoflagelação: assistir ao programa inteirinho do Faustão. E mais uma: todo Braga tem o direito de pegar a mulher de quem bem entender, porque não tem culpa de ser casada a mulher por quem venha a se interessar no futuro. E não fica só nisso: Braga que só tem uma mulher é considerado bundão e, como já disse um sobrinho meu, Braga do Paraguai.
E o principal: todo Braga que se preza faz um risquinho no guarda-roupas cada vez em que pega uma mulher; e é obrigado a trocá-lo todo santo ano por não ter mais espaço pra riscar. Sem contar que mulher de Braga não sai de casa, não vê televisão, não ouve rádio e ainda usa burca, pra não ser contaminada por essa liberalidade dessas mulheres por aí. Dedica-se unicamente e absolutamente ao marido, que fica chateado mas nada pode fazer se a instalação elétrica ou hidráulica vive dando defeito e, na urgência e falta de um bom profissional, sempre encontra o mesmo vizinho consertando o chuveiro ou mexendo no interruptor do quarto do casal. Ruim é que esses tais vizinhos sobem na cama pra trocar a lâmpada e a deixam toda desarrumada.
É isso aí, bragada! O lema dos Braga é como o lema de um escoteiro: sempre alerta e de olho na bunda da mulher alheia!
Barão da Mata
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