sábado, 23 de fevereiro de 2013

SOBRE SER UM BRAGA

Durante muito tempo os homens de minha família  tiveram fama ( e orgulho) de  serem vistos como mulherengos.  Mas ninguém dizia se as mulheres eram ou não "homemengas", talvez porque, como disse uma vez o Chico Anysio, todo pai se orgulha dos filhos fogosos: "Meu filho come essa, come aquela", mas nenhum deles tem  a honestidade de dizer:"Minha filha dá pra todo mundo, é a alegria da rua."
Mas o fato é que um meu sobrinho, por volta de 2008, criou no Orkut uma comunidade chamada "Eu Sou Um Braga", e eu tracei o perfil dos homens da família com um texto mais ou menos assim:

Tá pensando o quê, ó cara!  Braga que é Braga tem que ser MAAACHO! Dar com os colhões na ponta da mesa e nem gemer: ainda sorrir de leve.  Braga que é Braga já nasce passando a mão na bunda da enfermeira.  E tem mais: ainda enche de porradas o engraçadinho do médico que lhe dá aquela palmadinha quando do seu nascimento.  
E outra coisa: não vem, não, com esse negócio de que não se deve cobiçar a mulher do próximo, porque a Palavra é bem clara:  "a mulher do próximo"! Do próximo!  Não a mulher do distante.  Ou seja, se o marido vai à  esquina ou dá bobeira, é obrigação de um Braga passar uma bela cantada na moça. e ai dele se receber um não! Tem que se punir partindo prá autoflagelação: assistir ao programa inteirinho do Faustão.  E mais uma: todo Braga tem o direito de pegar a mulher de quem bem entender, porque não tem culpa de ser casada a mulher por quem  venha a se interessar no futuro.  E não fica só nisso: Braga que só tem uma mulher é considerado bundão e, como já disse um sobrinho meu,  Braga do Paraguai.  
E o principal: todo Braga que se preza faz um risquinho no guarda-roupas cada vez em que pega uma mulher; e é obrigado  a trocá-lo todo santo ano por  não ter mais espaço pra riscar.  Sem contar que mulher de Braga não sai de casa, não vê televisão, não ouve rádio e ainda usa burca, pra não ser contaminada por essa liberalidade dessas mulheres por aí.   Dedica-se unicamente e absolutamente  ao marido, que fica chateado mas nada pode fazer se a instalação elétrica ou hidráulica vive dando defeito e, na urgência e falta de um bom profissional, sempre encontra o mesmo vizinho consertando o chuveiro ou mexendo no interruptor do quarto do casal.  Ruim é que esses tais vizinhos sobem na cama pra trocar a lâmpada e a deixam  toda desarrumada.  
É isso aí, bragada!  O lema dos Braga é como o lema de um escoteiro: sempre alerta e de olho na bunda da mulher alheia!

Barão da Mata

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