segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O VÔ TARADO E AS HISTÓRIAS DOS FAMOSOS

João  - Esse negócio de internet é mesmo uma maravilha, não é?

Barão - Tô de acordo. É uma bruxaria das boas.  Se não fosse ela, a gente nem tava aqui divulgando a nossa conversa.

Célio - E a nossa conversa tem alguma coisa de proveitosa?

Raul - Ué? E não tem? A gente tá falando de tecnologia.  E, falando em internet, ela serve até pra aproximar as pessoas...

Barão - É... Aproximar bastante.  Minha filha mais nova contou, quando era adolescente, que o avô de uma colega dela de colégio foi flagrado por alguém na frente do computador, com as calças arriadas  até os joelhos...

João -  C...!!  Até os joelhos?!

Raul - E o que foi que ele fez?

Barão - Sei lá.  Deve ter bancado o doido.

Raul - Como assim?

Barão  - Deve ter botado a mão na cabeça e perguntado: "Quem é você? Quem sou? Que que eu eu tô fazendo aqui? Não tinha uma privada bem aqui? Meu Deus, me interna que eu tô louco!"

João -  Homem nu lembra p... e p... lembra Brasília...  É de onde vêm as maiores p... que a gente leva.  Mas, por  falar em Brasília, e o mensalão?

Barão - É... tem gente sendo condenada...

João - Vem cá, me explica uma coisa:  se o Lula não sabia de nada, e tudo acontecia debaixo das barbas dele, o cara deve ser distraído pra cacete, não é?

Barão - Não tinha condições de ser nem office-boy, muito menos presidente da República.

Raul - Mas vamos falar do vovô da internet.  Que idade ele tinha?

Barão - Não sei. Só sei o que me contaram; o desfecho eu só imaginei.

Célio - Porra, cara, a melhor coisa do mundo é tomar um chope bem gelado!

Raul - Ah, mulher não é, não?

Célio - Tá, o chope é a a segunda...

Barão - Mas tem que ter uma boa conversa.  Falar de MPB, música em geral, de filmes, romances e romancistas e, principalmente, falar mal do governo.

Raul - Ó que delícia! Falar mal do governo é tudo de bom!

Célio - Governo só faz ...!

Barão - Eu acho que na verdade governo foi criado só pra sacanear o povo.   Já diz o meu personagem, Jonas, o salafrário, que governar é muito erótico: consiste em fazer carinho, vaselinar a p... e botar tudo na b... do sujeito!

Raul, em tom de deboche - Puxa, Barão, como você é radical!

Célio, para Barão - Já que falou em cinema, você elogiou "Bruna Sufistinha", não foi?

Barão - Elogiei.  Mas teve gente que não gostou. Quando eu elogiei, teve uma dona que achou surreal porque não mostrava a personagem levando porrada.

Raul - Mas e se ela nunca apanhou?

João - Pois é.  Ela paga um boquete na p... suja do policial e nego ainda acha pouco...!

Barão - Puta que pariu! Pra você ver...

Célio - Poxa, gente, aqui tem palavrão demais, é melhor moderar...

Barão - Ah! Por falar nisso me lembrei de um episódio que me contaram sobre o Nélson Rodrigues...

João - Que episódio?

Barão - Não sei se é verdade, mas quando eu tinha uns dezoito anos um amigo do meu falecido pai - chamava-se até William  - veio me contar que a crítica tachou ele de pornográfico, e aí o Nélson disse que então escreveria história infantil, e aí escreveu " O Coelhinho Pederasta".

Risos.

João - Não sacaneia! É verdade mesmo?

Barão - Não sei.

Célio - Esses críticos são uns caras bem sacanas, não é?

João - É, e nem sempre são honestos.

Raul - O Chico(Buarque) uma vez, nos anos oitenta, fez um apelo a eles em público, num programa jornalístico chamado "Noventa Minutos", com Paulo César Peréio e Ana Maria Nascimento e Silva. Ele pediu que fossem mais responsáveis,  porque o artista tem um trabalhão de dias, meses, um tempão, pra produzir um show ou alguma coisa parecida, e vem o crítico em uma notinha de jornal e destrói tudo.  Ele falou mesmo, textualmente, de crítica despreparada, irresponsável e até mesmo desonesta.

Barão - Vê se algum crítico cai de cacete nos bregas?

Célio - Claro que não! Eles vendem pra cacete!

Barão - Eu tive um vizinho que todo sábado me acordava tocando o Alexandre Pires fazendo amor com as outras pessoas (riso).

Raul - Aquilo é um pé nos culhões,  não é?

Barão - De coturno!

Célio - Mas existiu mesmo esse programa: "Noventa Minutos"?

Barão -Eu confirmo! Existiu! Era um puta jornalismo da Band, na época chamada Bandeirantes.

Célio - E o Peréio?

Barão - Um gaiato! Mas sabendo perguntar.  Tinha até roda de debates.

Raul - Entrevistaram o Jânio,  o Brizola quando voltou do exílio.

Barão -  Naquele tempo a ditadura militar tava sem respaldo popular, e programas como aquele, com entrevistados tão avessos ao regime, davam à gente a impressão de que o país mudaria radicalmente.

Célio - Mas não mudou?

Barão - Mudou a feição, Célio, mas não vejo avanços sociais significativos.... Ou melhor: nem vejo avanços sociais.  Mas nem vou falar nisto, porque basta uma emissora dessas aí dizer que houve e passa a ser a verdade absoluta.

João - Acho que você tá é bêbado.

Barão - Ah! Bêbado!  Isso me lembra uma história que o Sebastião Nery contou uma vez ao Jô Soares sobre o Jânio.

Célio - O Jânio?

Barão - Foi.  Ele tinha voltado do exílio e tava na casa de um ex-desafeto, ou ainda desafeto, sei lá, e bebeu o tempo todo, e a comida não saía.  Ele bebia, bebia, e a comida não saía.  Até que, numa certa hora o  tal inimigo ou sei lá o quê perguntou: "Jânio, você nos responde uma coisa?" "Respondo", o Jânio se prontificou. O cara perguntou:  "Por que foi que você renunciou?"
Veio a turma do deixa-disso, apartando, dizendo "deixa pra lá", mas o Jânio não perdeu a pose: "Ele quer saber! Você quer saber? Então responder-te-ei.  Responder-te-ei:  É que lá no Alvorada a comida que serviam era uma merda igual à que servem na tua casa!"  E retirou-se pisando nas tamancas, acompanhado por uma legião de puxa-sacos.

Risos.

João - Dizem que o Jânio bebia muito, e não caía.

Célio - É. Dizem que o homem era duro na queda.

Raul -  O Vinicius(de Moraes) que uma vez caiu numa hora muito imprópria.

João - Como?

Raul - O Paulo Mendes Campos contou que ele foi convocado pelo Itamaraty ao enterro de um marinheiro, que não sei por que diabo teve que ser enterrado aqui no Brasil. Só que o Vinícius já tava meio triscado. O tempo tava chuvoso, o caixão baixou à cova, e o Vinícius foi jogar uma pá de cal no caixão.   Caiu dentro da cova. Diz que foi uma agonia danada: o Vinícius aflito por estar ali, as pessoas puxando ele pelo braço, tentando tirar dali... foi uma gafe do cacete!

Risos.
Após o relato do episódio do Vinícius, pedimos a conta e fomos embora.

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