sexta-feira, 16 de novembro de 2018

OSMUNDO

Naquele lugar tão estranho,
de brigas, de armas e ganhos,
de tudo que existe no mundo, 
entrou por entrar o Osmundo.

Havia bebidas de graça,
"bonecas", mulheres na caça,
casais transando na rua,
beldades dançando já nuas.

Num dado momento uma loura
do tipo que os dias doura
lhe trouxe um copo de quente,
chamou-o pro amor, sorridente. 

Osmundo ficou num conflito:
ia ou não ia o aflito?
Se aquilo fosse arapuca,
findasse num tiro na nuca?

Se a bebida fosse truncada,
se a loura com rosto de fada
não fosse às outras idêntica,
não fosse uma dama da autêntica?

Se o chefe do morro descesse,
cismasse com ele e lhe desse
sentença de morte por nada, 
ciumento da loura assanhada?

Em pânico Osmundo sofria:
dizer um "sim" não podia,
dizer um "não" não devia,
fugir jamais poderia.

Osmundo acordoou urinado,
o peito a pulsar disparado, 
jurando que à igreja voltava,
a vida devassa deixava.

Barão da Mata






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