Tem gente que ainda crê em esquerda. Eu, não. A única esquerda em que creio é e a minha curvatura fálica. Já no tempo do Plano Cruzado, quando José Sarney atingiu índices altíssimos de popularidade, tornando-se uma quase unanimidade, uma porção de "ovelhinhas" da esquerda já pulara o cercado para o lado do então presidente. Quando Collor se elegeu, em 1989, outro farto grupo de socialistas tornou-se apóstata (palavra estranha, não?), convertendo-se em seguidores do "heroico" mandatário. Depois veio Fernando Henrique, José Serra e seus outros asseclas. FH mandou que esquecessem marxismo, socialismo e tudo o que ele próprio escrevera, e deu o braço a Antônio Carlos Magalhães e Roberto Campos e disse "é com esses que eu vou", e a gente não viu até hoje um socialdemocrata tão conservador, tão neoliberal, perversamente reacionário.
Em penúltimo lugar veio o Lula, que nós, eleitores românticos e sedentos de justiça social, achávamos que era uma espécie de messias, que precisava vir para resgatar o Brasil, implantando uma nova mentalidade e representando o prenúncio de profundas mudanças no campo social, ético e político. Pois é, este elegeu-se duas vezes e seguiu com rigor a bula do poder econômico, além de, gozado, todo o esquema do mensalão haver acontecido o tempo inteiro diante de suas barbas e olhos, sem que o nosso pobre míope se apercebesse. Deve ser mesmo coisa de messias: além de santo, ingênuo.
Por fim, veio a Dilma, que mantém a política assistencialista barata do antecessor e tenta, de todo modo, imitar a perversa Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra inglesa, mulher de ultradireita e de uma teimosia inigualável, além de praticante de uma política externa agressiva e sanguinolenta como a do demoníaco Ronald Reagan (isto sem citar George W. Bush, que é uma espécie hitler do terceiro milênio). Ah, sem dúvida! O mau-humor, a teimosia, o pensamento antidemocrático e a maneira de trajar-se da presidente muito a assemelham à ex-manda-chuva britânica, que a meu ver não é em nada modelo a ser seguido por ninguém. Mas já que nossa chefe gosta...
Por fim, o que eu tenho a dizer é o seguinte: Se Lula, FH, Dilma e o PT são socialistas, eu sou o Che Guevara. Caí em conversa fiada de "esquerdinha" só até 2002, e já foi uma burrice imperdoável, tá? Agora, se você quer continuar acreditando, é porque encarna a mais genuína figura do eterno corno eleitoral.
Barão da Mata
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