Foi pelo início dos anos 1990. Dois amigos meus bebiam quase toda santa noite num bar da Cinelândia, conversavam, conversavam, e numa outra outra mesa sempre um homem ficava a sorrir-lhes e a concordar simpaticamente com todos os comentários que os amigos faziam. Disseram que o indivíduo era extrovertido, cativante, simpático mesmo. E a coisa foi assim, durante dias e mais dias, até que um companheiro de copo propôs ao outro:
- O cara é gente boa. Por que a gente não convida pra sentar aqui?
Houve concordância, e o homem que sempre bebia sozinho sentou-se à mesa dos dois. Num dado momento, um dos amigos resolveu ir ao banheiro e, na volta, encontrou dois conhecidos e se pôs a jogar "porrinha" com estes. Ficaram jogando, jogando, até que um vozerio fez o que fora ao banheiro voltar a atenção para o que acontecia, e viu o amigo querendo agredir fisicamente o que convidara à mesa. Largou o jogo e foi intervir com o apoio da turma do deixa-disso.
O que motivou a tentativa de agressão foi o seguinte. Enquanto um jogava, o simpático sujeito indagou ao que ficara:
- Posso te dizer uma coisa? Você não vai se aborrecer?
- Pode. Por que não?
- Mas posso mesmo te dizer uma coisa?
- Pode, amigo, sem problema!
O outro fez uma breve pausa, vociferou:
- Eu acho vocês um casal lindo! Lindo mesmo! Ele tá lá jogando porrinha com os outros, você sozinho comigo, e não rola ciúmes entre os dois...
Foi quando o indagado levantou e tentou partir prá porrada.
Quando o que foi apartar se aproximou, quis saber do amigo:
- O cara é gente boa, quer bater nele por quê?
- Ele disse que a gente é um casal! - respondeu o outro
Foi a vez então de também o que defendera querer bater no estranho. Foi um sururu do diabo, porque aí o que tentara salvá-lo o estranho também quis lhe bater. O pessoal do deixa-pra-lá teve um trabalho danado pra segurar os dois.
Barão da Mata
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