segunda-feira, 30 de novembro de 2015

E O POVO QUE NÃO SE LEVANTA...


Em meados de 2013, esta birosca vivia um momento de produção intensa e boa parte deste conteúdo era dedicada às manifestações populares que tomaram as ruas das principais capitais do país. Em meio à realização da Copa das Confederações, em que a seleção canarinho vinha se destacando em campo, a juventude parecia rejeitar a “boa e velha” política do "pão e circo", que em tempos de ditadura distraía milhões em ação.

Aquela energia contaminava a todos que só precisavam de um empurrão para exercer sua indignação com a situação de um país, que há muito tempo precisava mudar.

Milhares e milhares de pessoas juntas, cantando o hino nacional, enfrentando a truculência de policiais despreparados. Foi impossível, então, conter a empolgação. Mesmo para os desconfiados “Pensadores de Birosca”, que se deliciaram ao perceber o governo atônito, convocando reuniões de emergência, pronunciamentos em rede de Rádio e TV, tudo por conta da iniciativa popular.



Bem, este é o lado mais belo, o da propaganda de campanha. A outra face aos poucos mostrou que o movimento, que se exigia apartidário e sem líderes, carecia, justamente de liderança, talvez para direcionar objetivos pelos quais lutar. Depois, notou-se que os articuladores das grandes reuniões eram, na verdade, defensores do PT e da continuidade do governo, contra os quais fingiam lutar. E por último, baderneiros se infiltraram nas manifestações e, com atos de violência gratuita, devidamente fomentada por quem estava do outro lado, foram minando a participação da massa que, com medo de tragédias cada vez mais iminentes, voltaram para suas casas, ligaram suas TVs, e aos logo, tudo voltou ao “normal”.

Mas por que mesmo todas aquelas manifestações haviam começado? Ah sim, claro! Inicialmente, o povo foi às ruas contra o aumento das passagens de ônibus, que haviam ficado vinte ou trinta centavos mais caras.

E daí, que olhando pras manchetes que nos tem embrulhado o estomago, não dá para não fazer a próxima pergunta. Aliás,  a questão  será a chave para o desfecho destes meus devaneios, típicos dos Pensadores de Birosca:

“Quer dizer que trinta centavos foram suficientes para levar o povo à indignação, mas toda a bandalha que não para de aparecer dia a dia, não diz nada ao Gigante, outra vez sonado?”

Tal atitude, melhor condizente com a tradição mais recente da população brasileira, do que aquela de 2013, me trouxe à memória um episódio marcante da política brasileira, que para muitos significou o primeiro passo dado em direção à ditadura militar:

Em 1960, depois de muito perder para Getulio Vargas e seus herdeiros políticos, a UDN parecia finalmente chegar ao poder, graças ao exótico e carismático candidato à presidência Jânio Quadros, que prometia varrer, com sua vassourinha, a corrupção para fora do país. Pois é, naquele tempo tinha esse negócio de corrupção por aqui...


Menos de 01 (um) ano foi necessário para que o novo presidente minasse sua base de sustentação política. Uma série de atitudes controversas ameaçavam o novo governo.  Jânio acreditava ter o dom para o exercício do poder. Mas cria também que precisava de mais liberdade para governar. Pressionado e frustrado com a realidade, Jânio fez o que ninguém esperava. Renunciou. 

Muitas foram as especulações em torno das “forças ocultas”, que segundo o próprio termo de renúncia, haviam levado Jânio à abdicar. De acordo com a tese mais repetida em botecos, ele teria feito o que fez esperançoso de retornar, aclamado, nos braços do povo, única situação que poderia garantir a legitimidade para governar à maneira que desejava. Foi com base nesta hipótese, que surgiu o folclore da célebre frase, que Jânio teria pronunciado ao perceber que não haveria reação popular ao seu inesperado ato. Copo de uísque na mão, Jânio teria dito com sua peculiar e inconfundível entonação:

- E o povo que não se levanta!

O fato é que depois da proibição do biquíni, uma aparente aproximação com Cuba, condecoração de Ernesto Che Guevara e boatos sobre o frequente estado etílico de Jânio, o povo não se moveu.

Mas não é disso que se trata, mas sim que, para me referir ao caos de 2015 e diante da pergunta chave deste post, exposta um pouco acima, não me resta outra ideia, senão recorrer à famosa sentença de Janio:

- E o povo que não se levanta!!!



Leônidas Falcão 


sábado, 21 de novembro de 2015

TRÊS NOVOS PERSONAGENS DE OS PENSADORES DE BIROSCA

E não é que o "OS PENSADORES DE BIROSCA" tem mais três personagens?  São eles Eusébio Moça, "O Gay", Ricardo Pelintra, "O Pilantra", e Delfino Pateta, "O Imbecil".
Numa bela noite de sexta sentavam a uma mesa ao lado da de Herculano Ébrio, que discutia futebol com Platãozinho, e Defino Pateta soltou logo uma pérola:
- Eu acho que o Ronaldo Nazário foi melhor do que o Pelé.
- E você viu o Pelé jogar? - retorquiu Herculano.



- Não vi - justificou ele -mas se dizem, é porque é verdade.
Ricardo Pelintra,  malandrão que é, logo inteveio:
- Tomo o partido do meu amigo - virou-se para Herculano - Vamos decidir nós dois na porrinha.  Cara-a-cara nós dois. Aquele que perder, perde a discussão e paga toda a despesa.
Herculano concordou e perdeu todas.  Mas depois deu uma zurubumba dos diabos, porque Ricardo sabia esconder palitos entre os dedos, vindo sempre com a quantidade que lhe conviesse.  Quem evitou a briga foi a turma do deixa-disso.
- Odeio esse negócio de briga - comentou eusébio Moça - só seve pra sujar e desarrumar a roupa da gente. 
- E quando alguém te provoca?! - bradou Herculano, irritado.
- Ah, sapeco logo uma unhada na cara! - e continuou: - Depois é o uó! Ir à manicure e fazer as unhas de novo.
Delfino Pateta mudou logo o assunto:
- Vocês tão vendo a novela das nove?
Todo mundo torceu o nariz: ninguém gostava de novela; mas Delfino seguiu:
- Aquilo é verdade: o cara pode vir do nada e, tendo talento, chegar a proprietário de uma grande empresa.
Todos riram, mas como estava inspirado, Pateta disse logo outra asneira:
- As pessoas dizem que a mídia é mentirosa e tendenciosa, mas é mania de falar mal de tudo - e outra: - Acho que perseguem muito o ex-presidente Lula:  ele é um homem que fez muito  pelo país.  E tem mais: a "presidenta" Dilma, depois de vencer a crise, vai fazer do país uma potência econômica.
Foi quando Ricardo Pelintra resolveu vender-lhe um anel.
- É verdadeiro? - Delfino quis saber.
- Mas é claro!
Delfino não acreditou e foi com ele ao ourives no "shopping" defronte ao bar.  O ourives examinou a joia e afirmou que era verdadeira.  Ricardo colocou o anel no bolso e voltou com o outro para o bar.  Lá, Delfino pagou o preço pedido e foi pra casa todo feliz, olhando orgulhoso o dedo enfeitado do adereço.  Quando se distanciou, Herculano olhou sisudo para Ricardo e perguntou:
- Você tinha dois aneis no bolso, não é? Um falso e um verdadeiro.
Pelintra encolheu os ombros e disse fingindo constrangimento:
- Vou lamentar se por engano entreguei o errado a ele, mas não sei se você sabe que é a terceira vez que ele cai nessa esta semana.


Barão e Leônidas



domingo, 15 de novembro de 2015

O DEPUTADO E AS CONTAS NA TRANSILVÂNIA

O DEPUTADO E AS CONTAS NA TRANSILVÂNIA

- Mas, afinal de contas, o senhor possui ou não possui contas na Transilvânia?
- É claro que não possuo!  Minha única renda extra era venda de esterco de cavalo em lata  pro presidente daHungria.
- Como então o Ministério Público da Romênia enviou dados de contas, senhas, etc.. Inclusive disse que a senha era o nome de sua avó...
-Minha avó era uma santa,  não pode ser envolvida nessas intrigas.
- Mas voltemos ao foco, deputado: se o senhor não tem contas na  Transilvânia, como elas apareceram lá.
- Os romenos não gostam de mim!
- Mas não é possível! Há contas em nome de seus familiares.
- Mas não abrimos conta nenhuma.
- Então como o senhor explica?
- Amigo, foi presente de alguém.
- Mas isso é impossível, deputado!
- Amigo, você acredita em Deus?
- É claro que sim...
- Pois é, eu também!
- Mas o que isso tem a ver?
- O que eu quero dizer é que sou muito crédulo.
- Mas que relação tem uma coisa com a outra?
- Nós não estamos perto das festas de Natal?
- Sim, deputado, sem dúvida
-E eu disse que sou muito crédulo...
- Mas deputado, por Deus, o que tem a ver...?!
- Creio em Deus e Papai Noel.  Foi presente do bom velhinho.

Barão da Mata


sábado, 14 de novembro de 2015

DR. VÁUSIO DRALELA E A SCA (SÍNDROME DO CORNO ALEGRE)


Uma das doenças mais comuns na nossa sociedade é a SCA, a Sindrome do Corno Alegre.  Você pode ser contaminado numa roda de samba, num pagode ou mesmo num barzinho de música ao vivo.  Se você é daqueles homens que conhecem uma mulher e, sem a conhecerem direito, logo a levam a um desses locais e abandonam a mesa para dançar sozinho, ou ainda a deixam de frente para um garanhão, aí é que está o grande perigo: uma bobeada sua, e ele logo dá um jeito de passar a ela seu telefone.  A este evento sobrevêm sintomas como nascimento de pontas de queratina em sua testa, que logo depois vão-se desenvolvendo indefinidamente, sem deixar de gerar transtornos como dificuldades em encontrar a moça escolhida e mesmo de contatá-la pelo telefone ou whatsapp.  
O tratamento para esta doença é um tratamento radical de adeus à fulana ou simplesmente não mais procurá-la.  Mas o melhor remédio ainda é a prevenção.  Escolha uma mulher que lhe pareça honesta ou simplesmente fique sem mulher nenhuma.  
Esta é mais uma dica de saúde.  Saúde para todos vocês!

Barão da Mata

DR. ARNALDO CABEÇA, PSICOTERAPEUTA, E AS PERGUNTAS DOS LEITORES


D.POCIDÔNIA CORREIA: Meu marido não recebe bolsa-família nem favores do governo ou do PT, mas resiste intransigentemente à ideia de deixar de ser petista.  Continua petista roxo. Existe solução para ele?

DR.  ARNALDO CABEÇA: Pelo que a sra. relata, seu marido sofre de ptpatologia em último grau.  Para esses casos o tratamento é simples: introduza uma estrela de ferro, com todas as suas pontas,  dentro do brioco do seu consorte e deixe-a ficar lá por 13 anos, e então ele irá recuperar a consciência da realidade,  sentindo na carne (num lugar específico, para ser exato) o que sofre toda a nação sob os governos do partido.  Aí , sim, ele acordará para a vida real e se livrará dessa obsessão.  
A sra. só deve evitar que depois ele caia no colo do PSDB, porque aí ele poderá desenvolver a SEC (Síondrome do Emburrecimento Crônico).


D. ZULMA ZULU:  Meu marido é um louco. Muda de opinião e posição política a cada minuto.  O sr. acha isto grave? Há solução?

DR.  ARNALDO CABEÇA: Minha senhora, seu marido é absolutamente normal.  É só a senhora observar os políticos brasileiros, que mudam suas posturas e votos de acordo com as vantagens que lhes são oferecidas.  Seu marido segue apenas os rumos da política nacional.


DR.  ARNALDO CABEÇA:  Até a próxima, amigos!  E não se esqueçam: a libido é tudo!


Barão da Mata




domingo, 8 de novembro de 2015

ONDE HOJE É O TALENTO?

Gosto muito mesmo...! Mas sou antiquado... do tempo em que o talento era no cérebro.

Barão da Mata

HERCULANO ÉBRIO E O PÓS-SEGUNDO-ESTUPRO

Após saber que, mesmo depois de  tudo o que aconteceu e vem acontecendo, mais de 40% do eleitorado admitem votar no ex-presidente em 2018, só posso reafirmar  a minha tese: depois do segundo estupro, o sujeito sempre acaba gostando.