segunda-feira, 13 de maio de 2013

"CAUSOS" E HISTÓRIAS CONTADAS NAS MESAS DE BAR - O SEDUTOR

Foi no final dos anos 80. Um conhecido meu, casado, algo em torno de 42 anos, resistindo à ideia de ficar a tomar chope até tarde - o que não era de costume, pois varava frequentemente noites a fio na esbórnia -, resolveu me contar o seus motivos.  
O fato é que sempre ou quase sempre ia buscar a filha na escola, e era comum nessas ocasiões ver a diretora e trocar com esta olhares concupiscentes.  E dos olhares evoluíram para as rápidas conversas, e das rápidas conversas trocaram telefones de trabalho, dos telefonemas aos locais de atividade profissional foram ao flerte, do flerte para a ida do homem ao apartamento da mulher, no bairro onde ambos moravam.
Contou-me ele que foi uma noite romântica, de conversa agradável, vinho, músicas da Elis Regina e outras preciosidades da MPB e do cancioneiro internacional.  Tão aprazível foi a noite de amor, que o sedutor dormiu na casa da mulher e acordou tarde. Apreensivo, pegou o carro em rumo a onde morava.  Antes de chegar, passou no bar da esquina da rua onde morava, talvez para tomar uma dose de qualquer coisa e dar a impressão de que bebera tanto a noite que até aquela hora - segundo ele por volta de uma da tarde - estaria bêbado.
Qual não foi a sua surpresa, entretanto, quando os amigos de copo que lá estavam, por brincadeira,  lhe vieram com guardanapos de papel contendo textos do teor "solicito vaga para meu(minha) filho(a) fulano(a) de tal na série tal" ou "solicito bolsa integral ao meu (ou minha) filho (ou filha) cicrano (a) na tal série."Viu-se estupefato: como eles souberam?  Resposta a tal pergunta jamais ele obteve, mas que a sua esposa também soube, soube.
Olhe, o sujeito me contou que teve de fazer um esforço hercúleo para demover a mulher da ideia de entrar com uma ação de divórcio.

Barão da Mata

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