- Sua mãe já deu boa-noite. Agora só estamos nós dois aqui no sofá...
- É, mas fica pra lá, não e não se aproxima.
- Você não vai me dar nem um beijinho?
- Nem na testa!
- Mas por que não...?
- Não finja que não entende as coisas. Deixei bem claro que a gente não se namora mais, nossa relação é de pura amizade, nada mais.
- Não seja cruel...
- Não é crueldade. É uma questão de respeito às coisas que nós próprios estabelecemos.
- Você não relaxa...
- Relaxo, sim, só não deixo de cumprir as coisas que combino.
- Mas...
- Mas nada! Eu tenho palavra. Pensei que você também tivesse.
- Não é isso, é que eu me deu uma vontade...
- Guarde seus ímpetos pra lá. Nós combinamos e assim vai ser: amigos, amigos!
- Mas você nem pode ceder de vez em quando, deixar rolar...
- Nunca! Repito: amigos, amigos!
- Você é muito difícil.
- Não sou eu que sou difícil. você é que não tem palavra. Mas eu tenho.
- Você assim me ofende...
- E quantas vezes você já me ofendeu?
- E aí você guardou rancor.
- Tanto não guardei, que mantivemos a amizade depois de romper o relacionamento.
- Ah, deixa de ser racional e me dá um beijinho, um beijinho só...!
- Me larga! Me larga!! Senão eu grito, eu faço um escândalo!
- Você me empurrou, machucou minha boca.
- Ninguém mandou você querer me forçar.
- Sabe de uma coisa? Acho que não tô agradando...
- E hoje não tá mesmo.
- Vou embora.
- Pode ir.
- Posso voltar amanhã.
- Se quiser, pode.
- Eu quero.
- Tá bom. Então, até amanhã, Tiago.
- Tá legal. Até amanhã, Maurício.
Barão da Mata
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