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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

VERSÃO BRASILEIRA - TANTO MAR

 
Tanto Mar é uma alusão à Revolução dos Cravos. É uma obra prima de Chico Buarque em homenagem de ao fim da ditadura em Portugal, que já durava desde 1926. E é quase um grito de socorro contra o nosso regime militar, instaurado em 1964.

O autoritarismo em Portugal se intensificou em 1933, quando ascendeu Antônio de Oliveira Salazar, um verdadeiro entusiasta dos regimes nazista e fascista. Salazar foi sucedido, em 1968, por Marcello Caetano, igualmente, um ditador.
 
Como todo governo autoritário, o período português foi marcado pela violência, supressão de direitos, principalmente da liberdade de expressão. Naqueles tempos, o governo reforçou a política do Império Colonial Português, com os domínios no continente africano e asiático. 
 
Em 25 de abril de 1974, parte do Exército português derrubou Marcello Caetano com o apoio da população, mas sem guerra civil. Os militares rebelados recebiam flores do público no dia da queda do ditador. Deste gesto, surgiu o nome “Revolução dos Cravos”, fato que inspirou a canção de Chico, que cá apresentamos em duas versões. A primeira, com a letra original, censurada. A segunda traz a letra adaptada por Chico, devido aos rumos que a revolução portuguesa tomava, quando a canção foi liberada para ser lançada no álbum "Chico Buarque", de 1978.
 
 
 
 
Sei que estás em festa, pá
 Fico contente,
 Enquanto estou ausente
 Guardo um cravo para mim.

 Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente,
 E colher pessoalmente
 Uma flor do teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim.
 
Canta a primavera, pá
Cá estou doente 
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim.  
 
 
 
 
 
 
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente,
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim.

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente,
Esqueceram uma semente
Em algum canto do jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim.

Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim.  

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