Depois de o deputado Marco Feliciano ser "ovacionado por fãs" no voo para Guarulhos,... Olha... aquilo foi muito engraçado.... Só achei abusivo tocar fisicamente no parlamentar. É preciso limites para se manifestar desagrado quanto a alguém, por uma questão de cuidado para não perder a razão e o apoio da opinião pública e, o que é mais grave, tornar o hostilizado vítima e, por analogia, herói. Recomendável ter cuidado sempre.
Essa história de "cura"do homossexualismo é obviamente de um ridículo que vai às raias do lamentável. Não posso me colocar entre os simpatizantes da conduta erótica homoafetiva, não acho que o mundo seja "gay" ou deva sê-lo, porque cada um deve ter a sua definição sexual respeitada, sem que precise ou deva ser compelido a ter esse ou aquele comportamento sexual. Se abraçarmos a ideia de que o correto seja ser "gay", aí o preconceito se inverterá, não é? E assim, nós, heterossexuais, acabaremos perseguidos e discriminados. Mas, com toda a sinceridade, acho legítima toda e qualquer manifestação de homossexuais para serem aceitos (ou mais bem aceitos) pela sociedade, da mesma forma como gostei da decisão do STF que conferiu a eles o direito à união estável e à pensão, benefícios e todos os direitos de cônjuge. Sem contar que nada tenho contra a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, porque o bem-estar do menor está atrelado ao afeto, cuidados e da boa assistência recebida dos pais, independentemente de estes serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Além do mais, um milhão de vezes preferível um menino criado por casal "gay" a uma criança padecendo e aprendendo lições de criminalidade nas ruas.
Nos anos 1970 e meados dos 1980, era unanimidade que os homossexuais deveriam ser "tratados" por psicólogos ou psiquiatras, porque eram considerados portadores de graves distúrbios emocionais. Já a partir da segunda metade dos 80 surge uma escola que achava que os chamados "diferentes" precisavam, diante da impossibilidade de "cura", ser acompanhados por terapeutas para se aceitarem como eram, sem levar em conta os preconceitos e as opiniões contrárias das pessoas. Por fim, a partir de manifestações e poder de inserção dos não heterossexuais como parte componente e respeitável - sob o ponto de vista numérico e humano - do chamado tecido social, estudiosos, legisladores, membros do Judiciário e governantes, além dos profissionais de psicoterapia e psiquiatria, passam a vê-los como indivíduos não doentes nem marginais, e isto lhes confere um melhor acolhimento pelo público em geral, só lhes havendo hostilização por parte de violentos rebeldes acéfalos e sem causa ou bestas humanas sectárias da idiotice perversa, assassinos por excelência e por um sem-número de não violentos que militam por aí em nome de um falso moralismo. E é justamente onde se enquadra o nosso "querido" Marco Feliciano.
Tornado presidente da Comissão dos Direitos Humanos do Congresso por deploráveis acordos e arranjos políticos dos quais o governo e o PT não poderiam ficar de fora, nosso amigo não deixaria jamais de erguer a bandeira da moralidade. É possível que ele se sinta meio messias, incompreendido a princípio mas autêntico e verdadeiro mensageiro dos desígnios dos céus?
Nos meios políticos do Brasil essa coisa de "moral" é muito corriqueira. Demóstenes Torres é um exemplo disto, apesar de, diferentemente de muitos, o ex-senador ter dado a impressão de defender uma moralidade séria.
Eu disse diferentemente de muitos, mas isto não quer dizer que aqui por estas bandas da África incontáveis políticos não tenham levantado a sacratíssima bandeira da elevada ética política e econômica ou da ridícula e da "ainda mais santa e bendita" falsa moral comportamental enquanto se enfiavam em falcatruas manjadas e perniciosas de deixar as mocinhas rosadas de vergonha e até os pentelhinhos de qualquer um arrepiados. Nasci em 1958, vi a moralzinha barata proibir peitos femininos de fora e nudismo nas praias, mas não vi ninguém acenar com penas realmente severas para corruptos ativos ou passivos (seriam estes últimos cândidas vítimas estupradas de corruptores?), que, embora sejam saudáveis do ponto de vista médico, transformam-se em focos absolutamente putrefatos, purulentos e contagiosos de doença sócio-político-econômica. E agora, me pregunto, como combatê-los? Será possível que teremos de considerá-los doentes? Se assim for, teremos então uma sugestão de substitutivo para o projeto do ilustre deputado Feliciano: onde se lê "cura-gay", leia-se agora "cura-calhorda": que tal? Você concorda? Então vamos lá, vamos correndo colaborar com o parlamentar e propor a troca do projeto?
Barão da Mata
Nenhum comentário:
Postar um comentário