-- Não imagina o quanto tô feliz por nós termos voltado um pro outro...
-- Eu também! Sem você eu me sentia uma mulher não-realizada emocionalmente...
-- Que bom, meu amor...!
-- Eu que o diga.
-- Tive medo de não voltarmos... porque nossa discussão foi tão acirrada...
-- Eu também.
Alguns segundos de silêncio, ele indaga:
-- Você teve alguém nos nossos quinze dias de separação?
-- Claro que não!
Ela para um pouco, torna:
-- Não posso dizer que ir pra cama com o Paulinho foi ter alguém...
-- O quê??????!!!!!!!!!!! Você foi pra cama com o Paulinho????!!!!
-- Ah... Não foi bem ir pra cama...
-- Como assim?????
-- Aconteceu num banco de praça.
-- Você fez isso, Luzia????!!!!!!!
-- Que é isso?! Aquilo com o Paulinho nem foi fazer amor. Pelo menos nem considerei fazer amor. Foi apenas uma brincadeira, uma besteira que pra mim não quis dizer nada. Você sabe que acho ele um bundão!
-- Fiquei arrasado, Luzia!!!!
-- Besteira sua! Você perguntou se tive alguém, e não vejo o Paulinho como ninguém!
-- Não sei o que dizer de tão indignado...
-- Ora, nem levei em conta! Aquilo não foi fazer amor. Assim como não me disse nada o sexo grupal que fiz dois dias depois...
-- Luziaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!... Você participou de suruba, Luziaaaaa?????????!!!!!!!!!!
-- Suruba?! Olha só como você fala? Você é chulo, vulgar, obsceno. Por isso vivemos brigando. Assim não podemos mesmo dar certo
-- Mas você faz uma suruba e acha que tá tudo bem? ??!!!
-- Veja só, olhe pra si mesmo e veja com que desrespeito você trata uma mera brincadeira sem consequências. Ali ninguém era de ninguém, portanto não podemos dizer que alguém tenha me possuído, se não havia direito a propriedade na ocasião. Foi tão pouco importante pra mim como a transa com o Zezinho dentro do carro, as coisas que fiz com o Werneck na cachoeira e a ida ao motel com o Fabiano...
-- Não!!!!! Não!!!!! Não!!!!! Mil vezes não!!!! Para de me torturar!!!!!!
-- Não tô torturando, meu bem. Só quero que entenda que pra mim nada daquilo valeu, assim como a transa com com a Selminha, que foi como uma brincadeira de criança, apesar dos nossos trinta anos, e nada mais.
-- Não, não, não!!!!!!!!!! Até com mulher você se envolveu????!!!! É demais, é demais...!!!!
-- Mas, amor, tudo aquilo não foi nada pra mim! Por favor, entenda... Nada foi importante! Por isso sustento que não tive ninguém.
-- Luzia, vê só como choro!!!!
-- Ah, é? Pois me diga então? E você? Por acaso ficou puro e casto em sua casa? Ficou rezando todo esse tempo?
-- Posso dizer que sim, Luzia, se nesse período só contratei pro meu domicílio cinco garotas de programa. Foram casos meramente comerciais, sem nenhuma importância, como nenhuma importância teve minha orgia com duas mulheres embaixo do chuveiro da casa do meu pai. Do mesmo modo não levo em consideração aquilo de transar com uma única mulher junto com o Fred, o Régis, o Antônio, o Gregório, o Sérgio e o Amadeu.
-- Raul - levou ela a mão à boca --, você é um devasso!!!!!!! Como pude me dar de corpo e alma a um homem como você?!
Ambos arrebentam a chorar, dão-se as costas enquanto murmuram e gritam acusações. Após alguns minutos, viram-se, olham-se nos rostos...
-- Raul!
-- Diga!
-- Da próxima vez que você juntar amigos pra transar com uma só, deixa eu ser essa uma?
-- E da próxima vez que você fizer sexo grupal, você me deixa participar?
Ambos concordaram, sorriram... e beijaram-se longamente como se não houvera amanhã.
Barão da Mata