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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O ESCRITOR DO FUTURO


O filme "500 dias com ela", do diretor Marc Webb, dispensa indicações. Afinal, é exibido, pelo menos, uma vez por semana, em algum canal da TV a cabo. Mas é que a produção trouxe-me uma reflexão inesperada, que dificilmente terá sido prevista pelo seu idealizador. 

Na história, o personagem protagonista Tom Hensen, o apaixonado, trabalha como escritor de cartões festivos. O filme retrata a função como um emprego medíocre, que o mocinho só exerce até dar sua guinada, para finalmente dedicar-se à carreira que realmente o atrai, a arquitetura.



Chamou-me a atenção esta abordagem a respeito dos rápidos e chamativos slogans que necessariamente devem estar estampados nos cartões. E foi assim, pensando na velocidade que a vida moderna nos exige... na falta de tempo, paciência e/ou interesse que demonstramos ao encontrar um texto com mais de três parágrafos (nesta árdua empreitada neste espaço, posso reclamar disto com propriedade), que topei com uma possibilidade atormentadora:

"No futuro, não serão os escritores de cartões, tão menosprezados em "500 dias com ela", aqueles que realmente terão a oportunidade de serem lidos e consagrados? Talvez sejam eles, com seus textos curtos, rápidos, impactantes e descartáveis, os literatas do futuro, os prêmios Jabuti e quem sabe o Nobel, daqui a pouco mais de 500 dias."

Leônidas Falcão 

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