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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PIZZARIA PÁTRIA AMADA

O telefone toca no estabelecimento comercial.
- Alô! Pizzaria Pátria Amada, boa noite!
- Boa noite.  Você tem pizza à calabresa?
- Essa não temos.
- Não?
- Mas temos uma variedade por aqui.
- Por exemplo?
- Temos a pizza à Geníno, serve?
- À Genoíno...?
- Temos também à Dirceu.
- À Dirceu...?
- É... essa há decênios sai muito.
- Teria outra?
- À Paulo Cunha: serve?
- Hmmmm...
- Temos também à Delúbio!
- Delúbio...?
- Temos muitas pizzas aqui.  Aliás, sempre temos pizzas, com variados nomes.
- São boas?
- Se são! Tem uns militantes de um partido por aqui que gostam muito de todas elas.  Brigam, berram, protestam e ficam cheios de manha quando elas custam a sair.
- Então são boas mesmo?
- São deliciosas! De um paladar supremo!
- Quanto custa uma delas?
- Vou ser sincero.  Acaba saindo caro. Só umazinha acaba pesando muito no bolso do público.  São todas  muito procuradas; mas é difícil achá-las, porque saem rapidinho, rapidinho... Vou ser ainda mais franco. Todas as pizzas de que falei são muito indigestas: o público sai passando mal, enjoado, triste,  mas, como falei, os militantes do partido que tem aqui perto gostam muito, muito mesmo. Aliás!  Na verdade, uma outra parte do público gosta muito delas também, principalmente quando vêm acompanhadas de lula.  Meu senhor! É um frenesi!  E olha que esses últimos não têm a menor indigestão.  
- Então vou expermimentar uma delas.  O senhor entrega no domicílio?
- Ah! Me desculpe, senhor...! Mas elas estão muito fora do alcance das mãos! Ninguém consegue pegá-las e lacrá-las!  Como disse ao senhor, a saída é muito grande.  Em outras palavras: aqui produzimos muitas pizzas, mas embrulhá-las, lacrá-las e entregá-las é impossível.  Quem sabe num futuro distante consguimos atender-lhe a contento, mas por ora peço desculpas de novo e lhe desejo uma boa noite.

Barão da Mata

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