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sexta-feira, 12 de julho de 2013

OS MANIFESTOS DE ONZE DE JULHO E A SAIA-JUSTA DA CUT


Enquanto as manifestações eram populares, Governo e Congresso se viram numa situação embaraçosa.  Afinal as ruas deixavam bem patente  o desgaste dos senhores do poder aqui por estas bandas.  Mas acho que, agora, após a CUT e os partidos políticos promoverem os protestos de 11 de julho, nossos mandachuvas puderam respirar num imenso alívio: devem ter logo dito uns para os outros: "Ufa! Agora é só o teatrinho de sempre: ainda bem."

Na parte não teatral dos manifestos, Sérgio Cabral, em vez de mandar seus meganhas caçar bandidos, liberou-os para espancar manifestantes verdadeiros e jornalistas.  Ô vício ditatorial danado!  O Brasil não tem mesmo nenhuma vocação democrática: o hábito do cachimbo entortou a boca.  Não esqueçam o Cabral nas próximas eleições.
Imagine! A CUT fazendo reclamos! A central não é mais do que o braço sindical pelego do governo Dilma. Só fico tentando adivinhar como foi o momento em que, após a passeata, o Vágner Freitas, com uma expressão de cachorro evacuando os intestinos na chuva, se aproximou da Dilma, um ramalhete de flores na mão:

- É... É... é pra Vossa Excelência...
Muito provavelmente a presidente lhe deu as costas, dirigiu-se a um assessor :

- Carvalho, vê se dá pra encomendar uma nova pesquisa de opinião, pra ver que estrago essa última arruaça de rua fez à minha imagem.

- Excelência... - teria insistido o presidente da CUT - A senhora sabe que somos uma central sindical, precisamos dar a impressão de que defendemos interesses de  trabalhadores, pois do contrário perderíamos a razão de existir.  Entenda: não podíamos ficar de fora.
- Fulana! - segue a presidente a ignorá-lo - Manda trazer um cafezinho!
- Obrigado, Excelência...
- Não agradeça: pedi o café pra mim.. O senhor por favor se retire: não tenho tempo para lhe atender agora.
- Tá bom, presidenta, eu posso marcar um audiência.. mas - acabrunhado - e as flores?
- Não gosto de rosas vermelhas! Parecem coisa de pomba-gira!
Freitas, fazendo menção de sair, ainda tenta falar:
- Da próxima vez eu prometo que vamos ser mais discretos, vamos colocar duas ou três bandeiras, bem pequenininhas, escondidas atrás das do PSOL, do PSTU...
- Já disse ao senhor que não tenho tempo neste momento.  Por favor, retire-se.
Após a saída de Vágner, Dilma pega o celular, liga pro Lula:
- Oi, Lula! Tudo bem? O negócio é o seguinte: O Válter esteve aqui e eu tratei ele  como se trata um judas. Fiz bem ou fiz mal?

Barão da Mata

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