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sexta-feira, 1 de março de 2013

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA CHAPEUZINHO VERMELHO

Andei visitando um site http://falacultura.com/2012/02/06/contos-de-fadas-versoes-originais-macabras/ que faz relatos escabrosos sobre as versões originais dos contos de fadas, que vieram ao longo do tempo sendo adaptados pelos irmãos Grimm e outros para contos mais suaves  e que chegaram ao que são nos dias de hoje.  
No início dos anos oitenta, uma pornochanchada brasileira, com Adele Fátima, intitulada "As Histórias que Nossas Babás Não Contaram", supunha que havia uma diversão muito grande entre os sete anões e Branca de Neve.   Sendo assim, resolvi entrar nesse negócio de cada um contar o conto à sua maneira e, baseando-me em como as coisas acontecem nos dias de hoje, amoldar a história de "A Chapeuzinho Vermelho" ao que me parece ser a verdade.
Mantenho a parte em que a menina, ainda na floresta, pede informações ao Lobo Mau, que a engana e se antecipa à casa da Vovozinha, onde chega metendo o pé na porta; porém só concordo até aí.
- Minha nossa! - levantou-se a boa velhinha, assustada com a súbita invasão de domicílio -  O que é isso?! Um assalto!? Ocupação da minha casa pelo tráfico?!
- Qual é, velha?! Que invasão pelo tráfico o cacete! O negócio é o seguinte: vou te comer!
A avozinha recuou, assustada:
- Oh! Mas Lobão! - e esboçou um riso malicioso: - Mas logo eu, Lobão...? - começou a ajeitar os cabelos : - Você nem respeita a diferença de idade entre  nós?
- Olha aqui, ó...!
- E, pra começar - agora o olhava ainda com mais malícia - eu nem sou chegada a roqueiros... prefiro o pessoal da Bossa Nova, sabe(?), que é mais compatível com o meu estilo e a minha idade...
- Deixa de frescura, velha! - o malvado gritou.
De repente ouviu passos lá fora, pressupôs que fosse a Chapeuzinho  Vermelho e apressou-em em trancar a porta, amordaçar a avó da menina, despi-la e colocá-la dentro do "closet".  A criança batia na porta, o Lobão afinava a voz  e pedia:
- Espera um pouquinho, minha netinha!
 Até que vestiu-se com as roupas da velha, não sem antes olhar longamente para o corpo desta e comentar:
- Até que você dá um caldo, hem?
O Lobão era assim mesmo: tinha fama de que comia todo mundo.  Tava respirando, ele traçava.
Logo após vestir-se com a roupa da senhora, deitar-se e cobrir-se,  atirou a chave pela janela.  
- Pega aí a chave, minha netinha!  A vovó não tem forças para levantar-se e abrir a porta.
Só não sei como é que uma pessoa tão debilitada não teria forças para levantar-se, mas conseguiria atirar longe uma chave.  Porém,como a Chapeuzinho Vermelho era criança e inocente, também não sabia.  Assim posso continuar a narrativa.  
Então ficou aquela conversa fiada do "vovó, por que isso tão grande", "é pra aquilo", até o momento em que  o danado dá o bote pra cima da menina.  É justamente quando chega o Caçador, com sua espingarda comprada de um policial corrupto, que usurpara a arma de um membro de uma facção criminosa com que não simpatizava. Chega e o caçador e fuzila o Lobão!
 - Infame! - comentou o homem - Além de tudo era pedófilo!
Descoberta e solta e vestida a velha,  os três começam a comentar o fato, o o caçador, não suportando a emoção, começa a chorar:
- Por que o senhor chora? - indagou a Vovozinha.
O homem soluçava:
-É que esse canalha me traía.  Veja só, minha senhora: eu passava o dia inteiro caçando pra sustentá-lo, e ele saía por aí comendo todo mundo.  Eu já desconfiava que esse maldito Lobão me era infiel e por isto vivia a segui-lo,  mas não imaginava que fosse capaz de desejar uma criança.
- Desejar?? - quis saber a menina.
- Vai lá pro quarto, garota - ordenou a avó - que isto é conversa de adulto.
Após a menina obedecer,  o salvador das duas choramingou por mais algum tempo.  À noite enterrou o corpo no fundo do quintal e, antes de ir embora, explicou à idosa:
- Se a polícia bate aqui, ia ser uma complicação danada pra explicar.  Além do mais, ele era muito benquisto pelo pessoal do tráfico da área, e podia haver vingança.
E assim o caçador se foi, chorando feito um bezerro desmamado, após a Chapeuzinho Vermelho estar dormindo desde o momento em que fora mandada ao quarto.
Ah, é! Depois todos foram felizes para sempre.

Barão da Mata

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