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sábado, 9 de fevereiro de 2013

FOLIÃO DE ARAQUE

Muito embora tenha escrito, em 1981,

O FOLIÃO


Não venha falar de vida, morte ou sorte
Nem da minha estrada com os seus espinhos,
Pois o que eu quero é me perder por entre cores,
Plumas, flores, brilhos, danças, tangas, brigas,
É me derramar
Pelo Carnaval.

Não venha falar das horas que eu já passo
No trabalho e dos momentos mais suados que virão,
Pois o que eu mesmo quero
É entrar no tumulto
Tal qual quem mergulha
Nas nuvens e voa.

Quero é me embriagar por entre penas,
Cores, danças, marchas, brilhos, sambas, luzes,
Ser onipresente
Neste Carnaval.

Quero é me espalhar por todo canto
Feito bomba que estilhaça e que cada pedaço
Seja vivo e reluzente como as cores deste dia.

Quero estar alheio a todo drama,
Fome, tiro, preço, "papo", acordo, míssil;
Só sei que nós, homens,
Somos ante Deus
Todos foliões.


Não sou chegado ao Carnaval e, na juventude, poucas vezes participei da festa.  Só quis mesmo descrever o espírito dos apaixonados pela folia.
Naquele tempo a imprensa falava muito na possibilidade de uma conciliação entre Estados Unidos e a extinta União Soviética para o fim da guerra fria, além de veicular, como hoje,  muitas matérias acerca de guerras, inflação, segurança, criminalidade, e na última estrofe o personagem opta por ignorar tudo e cair na fuzaca.

Barão da Mata


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